O futebol é muito mais matemática do que parece, ao menos isso serve de desculpa para assistir o jogo ao invés de ir para os livros. O meio campo do Grêmio nesse ano teve ao menos três figuras geométricas que o caracterizaram: o pentágono, o losango e o trapézio.
O pentágono foi visto somente no Grenal da final da Taça Farroupilha, considerando a base da referida figura geométrica na intermediária tricolor. Havia Vilson e Rochemback na base, Adilson no vértice esquerdo, Magrão no vértice direito e Douglas na ponta. Como visto, não obtivemos domínio no meio campo e com um zagueiro e três volantes, o time não tinha saída de bola.
O losango parece ser o preferido de Renato, Rochemback na base e Douglas no pico, com Lúcio na esquerda e Adilson na direita. Lúcio tem fôlego, ataca muito bem, dá cobertura e tem bom passe, mas Adilson tem uma característica de marcação mais forte, e até o momento, nada produziu pela direita com Gabriel.
O trapézio foi utilizado no Grenal do último domingo. Quando atacava, tinha Leandro e Escudero alternando-se na esquerda e direita, Douglas no centro da linha ofensiva do trapézio e atrás, Rochemback e Fernando. Quando se defendia, o trapézio ficava mais aglutinado, e ao invés de Douglas, Viçosa ocupava a posição central na linha ofensiva. Douglas era o homem mais avançado. Isso pôde ser notado no desarme dele em cima do Bolívar, puxando um contra-ataque, com Viçosa vindo mais atrás. Essa para mim é a melhor geometria. O time fica mais compactado e existe maior cobertura nas alas. Em determinado momento do jogo, Mário Fernandes foi assessorado por Leandro, Fernando e mesmo por Vilson.
No domingo espero rever o trapézio, desta vez com Lúcio na esquerda e Leandro na direita, Douglas no centro. Adilson e Rochemback postados a frente de cada zagueiro, sem a obrigação de atacar.
