domingo, 24 de fevereiro de 2013

Cornetas e Alentos

   É da filosofia da Grécia Antiga que nasce o conceito de "justo meio". Aristóteles leciona que a atitude correta é aquela que se localiza entre os limites dos extremos. Ou seja, a covardia e a temeridade devem ser equacionadas e sua média resultara na atitude mais correta a ser adotada: a coragem. 

   Temos um paralelo disso com a reação da torcida: os cornetas e os alentadores.

   Os cornetas sabiam de antemão exatamente o que o time deveria ter feito para ganhar tudo. A culpa por todos os infortúnios é da escalação do técnico, ou do maldito presidente que não contrata bem, ou daquele jogador sem técnica ou vontade. Adoram a linguagem monovogal: UUUUUUUUUUUUUUUUUUHHHHHHHHHHHHHHHHH. Para os cornetas é terra arrasada: perdeu, então nunca mais vamos ganhar. Mas a vitória muda tudo, pois só vencemos porque fizemos o que eles disseram. Cornetas tem memória curta, mudam de ideia em poucos minutos e se alimentam de frases como: Eu avisei. Eu não disse? Tava na cara que isso ia acontecer. 

   Os alentadores apoiam em quaisquer circunstâncias. A culpa pelos infortúnios do Grêmio são sempre dos árbitros, acasos, regulamentos, imprensas, etceteras. Eles não percebem que esses dragões são criados e alimentados só em sua mente, são na verdade moinhos de vento. O positivismo é a marca registrada. Se não deu, amanhã vai dar! Semana que vem? Certo! Próximo campeonato coparemos. Ou quem sabe no ano que vem? Aí sim venceremos. Eles se alimentam da mística criada e do neogremismo.

   Mas há um justo meio: um lugar sem vaias e sem alento incondicional. Há um lugar entre o racional e o emocional. Um lugar entre o desdém e a supervalorização. Esse lugar é o paraíso. Está à espera dos gremistas.  Lá é a terra da fartura. Precisamos chegar lá e rápido. 

   Entupam as cornetas e matem os dragões imaginários. E voltaremos a ganhar.

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